O senador paraibano Cássio Cunha Lima, vice-presidente do PSDB nacional, esteve reunido nesta quinta-feira (24) com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Na pauta das conversas de Cássio estava o potencial candidato ao planalto pelo PSB, Eduardo Campos. Os encontros foram marcados pelo presidenciável tucano, o senador Aécio Neves.
Tal como Aécio, Eduardo tenta se estruturar em São Paulo. Alckmin, que conta com um secretário do PSB em seu governo, está disposto a abrir algum espaço para o pernambucano encontrar palanque no maior colégio eleitoral do país.
Diante da evidência de que o palanque duplo é praticamente uma fatalidade, Aécio move-se em duas direções. Numa, tenta reduzir os danos, fixando regras que permitam estabelecer uma política de boa vizinhança com Campos sem avacalhar o ninho tucano. Noutra, busca amarrar a reciprocidade do PSB em outros Estados, como a Paraíba.
Para Cássio o desafio é grande. Alckmin luta pela reeleição, e quer o maior número possível de candidatos à presidência em seu palanque. Por outro lado, Palanque dividido prejudicaria a campanha de Aécio, que quer encontrar no Estado de São Paulo os votos que precisa para encarar o segundo turno contra Dilma Rousseff.
A parceria entre PSDB e PSB sempre esteve no horizonte. Isso ficara bem entendido no mês passado, num jantar que Campos servira em sua casa ao próprio Aécio. Os entendimentos prévios foram, porém, sacudidos por uma novidade chamada Marina Silva.
Sem o apoio da criadora da Rede, Campos era, por assim dizer, um candeeiro no qual o PSDB se dispunha a injetar querosene para reduzir o risco de Dilma Rousseff prevalecer no primeiro turno por falta de concorrência. A energia provida pela ligação com Marina deu ao governador de Pernambuco algo que o deputado federal Márcio França, presidente do PSB em São Paulo, chama de PAC —Plano de Aceleração do Campos.
No intervalo de duas semanas, segundo o Datafolha, Campos saltou do patamar de um dígito para luminosos 15%. De lamparina, converteu-se em abajur. Dono de 21% das intenções de voto, Aécio não ignora que o segundo turno depende da combinação do seu desempenho com a pontuação de Campos. Seu dilema consiste em não se deixar ultrapassar pelo ex-candeeiro. Daí a preocupação em regular a parceria.
Se Marina Silva e sua “nova política” não criarem caso, o PSB de Campos gostaria de trocar o seu tempo de propaganda no rádio e na tevê pela presença na chapa de Alckmin, na posição de vice, do deputado Márcio França. De resto, o PSB apreciaria imprimir as fotos de Alckmin e de Campos, lado a lado, nos milhões de santinhos que os seus cerca de 250 candidatos a deputado federal e estadual distribuirão em todo o Estado de São Paulo.
Se Alckmin der ouvidos a Aécio e seu grupo, a presença de Campos na vitrine do PSDB será menos vistosa. Santinhos bipartidários, nem pensar. Alega-se que são proibidos. Algo que uma resolução do TSE deixa em dúvida. Palanque duplo? Só como metáfora. Na prática, cada partido cuidaria do seu presidenciável. Nas passagens por São Paulo, Campos poderia visitar Alckmin. E ficaria nisso.
Do sucesso dos entendimentos que serão costurados em São Paulo depende a reprodução do modelo em outros Estados governados pelo PSDB e pelo PSB
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
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