Vaias, aplausos e muitos gols
Vaiando até o Hino da Nigéria, numa atitude pouco vista até em casos de países em guerra, a torcida mineira tentou mostrar que estaria com os taitianos do começo ao fim. Qualquer troca de passes rendia aplausos. Esse calor da arquibancada – que esteve longe de ficar lotada – fez com que os taitianos se enchessem de confiança. O grito de “Ih, ih, ih, seleção do Taiti” era o equivalente ao “si se puede” dos campos da América do Sul para a pequena nação da Polinésia Francesa.

Pena que a empolgação taitiana foi abalada por um incrível lance de azar logo aos 5 minutos de jogo. Num cruzamento despretensioso, o capitão Nicolar Vallar afastou de cabeça, mas viu a bola bater no árbitro salvadorenho Joel Aguilar e cair limpa para o lateral Uwa Echiejile, que resolveu arriscar de longe. O chute desviou no próprio Vallar e morreu dentro da rede do Taiti. Um duro golpe para o zagueiro taitiano, cujos pais, Claude e Mirella, estavam no Mineirão.
O gol tratou de reestabelecer a ordem futebolística em campo. A Nigéria passou a mandar no jogo, deixando claro ali quem era adulto e quem era moleque. O Taiti se abalou. Cada passe errado era lamentado como pênalti perdido em final de Copa. Os nigerianos pareciam até assustados diante de tamanha inocência. Profissionais que são, faziam seu dever. Tocavam a bola em ritmo de treino, esperando a hora certa de entrar na fraquíssima defesa adversária. O segundo gol saiu aos 10 minutos, com Oduamadi passando pelos zagueiros como se fossem cones. Aos 16, Musa passou por três, pelo goleiro e, na hora da finalização, enrolou-se com a bola e entrou para o Inacreditável Futebol Clube.

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